terça-feira, 1 de maio de 2012

SUJEITO É O PREDICADO: Cruz e Sousa

CRUZ E SOUSA

João da Cruz ou Cisne Negro, nasceu em 21 de novembro de 1861, em Desterro, hoje Florianópolis. Filho de escravos, negro sem mescla, o próprio poeta, ao nascer, sustentava a condição de escravo. Sua família foi alforriada por seu dono, o marechal Guilherme Xavier de Sousa, no início da Guerra do Paraguai. O antigo senhor e sua esposa cuidaram do menino João da Cruz, dando-lhe o sobrenome Sousa.
Sempre com a proteção do marechal Guilherme, Cruz e Sousa estudou no Liceu Provincial Catarinense. Em 1882, juntamente com Virgílio Várzea, dirige a Tribuna Popular, Jornal abolicionista. Em1883 vê-se impelido a abandonar sua terra natal, por problemas de preconceito racial. Nessa época, trabalha como ponto e secretário da companhia teatral de Julieta dos Santos, percorrendo quase todas as províncias brasileiras.Voltando para Santa Catarina, é nomeado promotor público em Laguna, mas não chega a assumir o cargo, novamente por causa do preconceito.Transfere-se para o Rio de Janeiro; trabalha na imprensa, mas seu melhor salário é o de um miserável emprego na Estrada de Ferro Central do Brasil.
Em 1893 casa-se com Gavita Rosa Gonçalves, também negra; o casal teve quatro filhos, todos falecidos prematuramente ( o de vida mais longa morreu aos 17 anos). Gavita enlouquece e permanece internada durante longo tempo. Morrem o pai e a mãe do poeta. Em 1897, tuberculoso e pobre, procura refúgio na cidade mineira de Sítio, vindo a falecer em 19 de março de 1898. Seu corpo foi transladado de Minas Gerais para o Rio de Janeiro fora do esquife, num vagão de animais.
Cruz e Sousa é sem dúvida a figura mais importante do nosso Simbolismo, chegando-se a afirmar que sem ele nem teríamos essa estética em nossas letras. Como poeta, teve apenas um volume publicado em vida: Broquéis.


" Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices vorazes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas..."

2 comentários:

  1. Muito interessante esta série de postagens que falam um pouco dos nossos poetas. Cruz de Sousa venceu com suas palavras o preconceito tão ferrenho de sua época. Talvez não para a época, mas para nós.

    Um abraço, Rosi.

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  2. VERDADE, PAUL!UMA HOMENAGEM AO 13 DE MAIO

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