quarta-feira, 18 de julho de 2012

Resenha de Edissa


edissa2

“Edissa" é a continuação direta de "Ester". Muitos podem vê-las como obras diferentes, que tem apenas a semelhança de trabalharem com quase a mesma temática. Mas não! "Edissa" é a continuação de "Ester". Não uma continuação no sentido temporal do termo, mas sim como uma progressão. Vejo Edissa como um progresso, uma evolução de Ester. É um texto muito mais limpo, muito mais claro do que Ester. Da primeira a última linha é possível perceber onde o autor está querendo chegar; e você vai sendo guiado pelo autor, por esse estranho mundo de sonhos. A clareza da obra Edissa se vê muito mais nítida em seus símbolos. 
Todos eles muito bem descritos e de fácil acesso. Em Ester os símbolos também são claros, mas em alguns ainda havia alguma dificuldade em saber o que o autor estava querendo dizer. Em Edissa tudo é claro como o Dia. ? Aliás, a leitura pode ser feita em dois níveis simultaneamente. Um no nível do que o texto está nos dizendo apenas (as aventuras de Edissa pelo mundo dos sonhos) e um segundo nível, mais elaborado, que é o reio no simbólico.
Edissa lembra um pouco as velhas fábulas medievais, onde toda a natureza aparece antropomorfizada. Os medievais usavam as fábulas por dois motivos. O primeiro é que a fantasia contida em tais histórias era de fácil acesso às crianças, que poderiam assim captar o fundo moral daquelas obras de maneira muito simples. O segundo (sendo essa uma mera especulação da minha parte) era porque os medievais estavam muito mais próximos da natureza do que nós, pós-modernos. Os animais das florestas, as árvores, os rios, os anjos, enfim, tudo isso era o que povoava o imaginário medieval, por isso eras quase natural escrever sobre isso. ? Edissa lembra mais uma fábula medieval por conta dos seus símbolos de cunho moralTalvez o autor devesse ter trabalhado melhor as temáticas. Os leitores passam por temas tão ricos com tamanha velocidade que, por vezes, mal conseguem ver sua real riqueza. E isso é uma crítica que faço desde Ester (senti a mesma coisa nesta obra). Mas, pelo que vejo, esse é o estilo do autor e se ele forçar algo de diferente, sua naturalidade ao escrever se perderá. E se essa for sua característica essencial, não deve perdê-la nunca.

A resenha original pode ser conferida aqui.
Obrigado Paulo pelas palavras tão positivas sobre a minha obra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...