I
Há muito, muito tempo atrás,
Entre lindas matas verdejantes,
Corria um pequeno ser audaz
De olhos singelos, bem cintilantes
II
Era a índia Kiriri
Criança esperta, inteligente e faceira
Crescendo em uma tribo tupi,
"Defender a natureza", sua sina de guerreira!
III
Nutria paixão, pelo jovem Jaçanã
Que era forte e belo guerreiro,
Com nome escolhido por Tupã,
Tinha orgulho e espírito aventureiro.
IV
Porém, para tristeza de Kiriri
Seu sonho ia ser interrompido,
À outra jovem tupi-guarani,
Jaçanã já estava prometido.
V
Ainda assim havia esperança
Através de um sonho, ela foi a luta
Nem arco, nem flecha apenas a lança
Era o instrumento daquela disputa.
VI
Toda aldeia foi prestigiar
Aquele momento histórico
Duas índias a disputar
O amor de um homem eufórico.
VII
"Acertar o alvo", competição acirrada.
Venceria a de melhor pontaria
Potiguara estava melhor preparada,
Ganhou o duelo para sua alegria.
VIII
Kiriri perdera o seu amor
E correu aos prantos rumo à floresta,
Com o coração atingido pela dor
Isolar-se. Agora é tudo que lhe resta.
IX
Pediu ajuda ao deus Monã
Pois sua tristeza era infinita
Não queria ver o amanhã
Apenas chorar até o fim de sua vida.
X
O deus guarani encheu-se de compaixão
Pela doce e jovem guerreira,
E fez correr um rio pelo chão
Das lágrimas de uma paixão verdadeira.
XI
Era esse o pedido de Kiriri,
Ser transformada em Montanha,
Pois não iria sair dali
E suas lágrimas hoje, a antiga aldeia banha.
XII
Suas lágrimas, seu povo salvou
Um grande rio da serra jorrou,
Sede e fome no passado ficaram
E o Rio Mojiguaçu majestoso reinou!
ROBERTO ZALÉN
FONTE: MOGIANA QUADRINHOS
O poema além de belo é nosso, nos identifica, É da nbossa região tão rica.
ResponderExcluirÓtima postagem, Rosi.
Abraço.