sábado, 21 de abril de 2012

RIO MOJIGUAÇU, AS LÁGRIMAS DE KIRIRI

I
Há muito, muito tempo atrás,
Entre lindas matas verdejantes,
Corria um pequeno ser audaz
De olhos singelos, bem cintilantes


II


Era a índia Kiriri
Criança esperta, inteligente e faceira
Crescendo em uma tribo tupi,
"Defender a natureza", sua sina de guerreira!


III

Nutria paixão, pelo jovem Jaçanã
Que era forte e belo guerreiro,
Com nome escolhido por Tupã,
Tinha orgulho e espírito aventureiro.

IV

Porém, para tristeza de Kiriri
Seu sonho ia ser interrompido,
À outra jovem tupi-guarani,
Jaçanã já estava prometido.

V

Ainda assim havia esperança
Através de um sonho, ela foi a luta
Nem arco, nem flecha apenas a lança
Era o instrumento daquela disputa.


VI

Toda aldeia foi prestigiar
Aquele momento histórico
Duas índias a disputar
O amor de um homem eufórico.


VII


"Acertar o alvo", competição acirrada.
Venceria a de melhor pontaria
Potiguara estava melhor preparada,
Ganhou o duelo para sua alegria.


VIII


Kiriri perdera o seu amor
E correu aos prantos rumo à floresta,
Com o coração atingido pela dor
Isolar-se. Agora é tudo que lhe resta.



IX


Pediu ajuda ao deus Monã
Pois sua tristeza era infinita
Não queria ver o amanhã
Apenas chorar até o fim de sua vida.


X



O deus guarani encheu-se de compaixão
Pela doce e jovem guerreira,
E fez correr um rio pelo chão
Das lágrimas de uma paixão verdadeira.


XI


Era esse o pedido de Kiriri,
Ser transformada em Montanha,
Pois não iria sair dali
E suas lágrimas hoje, a antiga aldeia banha.


XII


Suas lágrimas, seu povo salvou
Um grande rio da serra jorrou,
Sede e fome no passado ficaram
 E o Rio Mojiguaçu majestoso reinou!


ROBERTO ZALÉN

FONTE: MOGIANA QUADRINHOS

Um comentário:

  1. O poema além de belo é nosso, nos identifica, É da nbossa região tão rica.

    Ótima postagem, Rosi.

    Abraço.

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