É proibido sentir
“A
gente ama, a gente sonha” é o título do trabalho mais recente da
escritora Fabiane Ribeiro. O livro, que por enquanto é restrito à
publicação digital, retrata um futuro no qual as pessoas são dividias
por classes sociais e vivem em um ambiente impróprio para a
sobrevivência humana. Os homens poluíram o ar e os mares. Só conseguem
atingir os trinta anos de idade pessoas da classe R (Ricos) ou E
(Extremamente Ricos). Os Ps (Pobres) e Ms (Miseráveis) não chegam muito
longe, já que vivem ao “ar livre” respirando ar poluído e expostos ao
sol escaldante. A história começa com uma cidadã M, lutando pela simples
necessidade de respirar.
Zildhe está no fim da
vida aos vinte e seis anos de idade. Sua única esperança é sobreviver o
suficiente para ver o filho nascer no Hospital dos Embriões, o local
destinado ao nascimento de todas as crianças do futuro. Nesse local
trabalha Vanessa, a protagonista da história que, além de ser uma cidadã
R, tem a profissão de Geradora. Ela é a responsável para monitorar e
zelar pelo nascimento dos bebês. O envolvimento de Vanessa com o bebê de
Zildhe vai dar rumo á toda a história.
Vanessa,
Nenê para os íntimos, perdeu os pais quando nova. Vive em sua casa com
seus dois irmãos, protegida por Redoma, o artifício tecnológico
responsável pela proteção das pessoas do sol e pela purificação do ar.
Na casa ainda se encontram os Robôs Pessoas, que são responsáveis por
auxiliar as pessoas e registrar todos os momentos de suas vidas. Nenê
não é como as pessoas da Cidade que Nunca Dorme, o nome do local onde
reside. Ela sonha, o que é proibido pelo Maquinário, o complexo detentor
do poder na sociedade que virá.
Sonhar da forma
que conhecemos, no futuro, não é permitido, assim como expressar
qualquer tipo de sentimento. Para suprir a necessidade de sonhar
atinente ao ser humano, o Maquinário instituiu Máquinas de Sonhos, cujas
programações já são pré-estabelecidas e contribuem para o plano de
manter as pessoas sob controle. Isso se parece muito com as nossas TVs
de hoje, não acha? Só é possível sonhar com aquilo que o Maquinário
permite, mas a Máquina de Sonhos de Vanessa está com defeitos e ela é
livre para sonhar o que quiser. Consequentemente poder resgatar algo há
muito perdido: os sentimentos.
Uma estranha
paixão pelas coisas dos “Antigos” (nossa sociedade), os sonhos livres, o
bebê de Zildhe, o misterioso amor que lhe aparece nos sonhos, a criança
que adora pintar telas, vão mudar a vida de Vanessa e do futuro de uma
forma surpreendente, cuja mensagem nos faz refletir sobre nossas
próprias atitudes e sobre a nossa sociedade. É exatamente isso que fica
ao terminar a leitura de “A gente ama, a gente sonha”, a reflexão sobre o
mundo, sobre as pessoas e os sentimentos. O que é mesmo importante?
Um
livro rápido, intenso e de mensagem relevante, como já parece ser
característico da autora. A exploração dos sentimentos em suas mais
variadas formas em conjunto com o mistério tornam a leitura agradável e
fruída. Confesso que fiquei surpreso com a revelação do verdadeiro amor
de Nenê que acontece no final do livro. Eu não fazia ideia e isso me
deixou satisfeito. Fabiane nos surpreende e como é bom ser surpreendido.
Fica a resenha e a dica.
Para clicar:
Peça o seu e-book:
Conhecer os livros da autora:
Facebook: